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por Benedito Camargo PORQUÊ DA GUERRA?  Quando em 1864, após a negativa do Brasil em permitir a passagem via fluvial dos Paraguaios rumo ao Atlântico, Francisco Solano Lopes, invade as fronteiras brasileiras no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul, cometem abusos, matam e saqueiam tudo o que está pela frente. No Brasil, Dom Pedro II, monarca no poder, sem uma preparação política em assuntos internacionais, tenta dar o troco ao invasor, e cria uma campanha dos "Voluntários da Pátria", convocando para suas fileiras homens de todas as classes. Até ex-escravos, escravos libertos e indígenas são inscritos, muitos vinham agrilhoados, presos em correntes, abrigados muitas vezes a se alistarem em lugar de seus donos. Mesmo assim com uma legião de despreparados para a batalha, gente que nada sabia de guerra, o contingente Brasileiro pisa em solo paraguaio em 16 de abril de 1866. Muitas foram as baixas nos dois lados, entretanto, com a chegada de Caxias, finalmente o Brasil invade Assunção e Solano Lopes consegue fugir, e mesmo sem haver razões para continuar a guerra, Solano não se dá por vencido e instiga a continuidade, mesmo sem ter homens para tal. Sob sua orientação, convoca e põe nas frentes de batalhas mulheres e crianças. Caxias que comandava o exército brasileiro, decide não mais continuar dizimando um povo, vítima de um cruel e desumano ditador, e deixa para o Conde D'eu, a missão de capturar Lopes. O pouco que conhecemos dessa triste História, e dela concluimos que a primeira vítima é a Verdade, cujo resultado trágico, que mesmo sem haver a intenção, aconteceu um verdadeiro genocídio. Crueldade e violência foi a tônica aplicada pelo Brasil contra indefesas criaturas, mulheres e crianças. Quão violento e sanguinário embate, os soldados no furor da batalha, sem ter tempo, não identificavam as crianças, naqueles rostos pintados para se parecerem homens com barbas.  Anos 70 - O novo Marco em pedra, na Praça da Matriz nova, colocado em 1965. O antigo Marco da Matriz Velha permaneceu lá até o ano de 1980.  1980 - O velho Marco desapareceu quando do ato criminoso da destruição do "Casarão", quando após incediar a casa, derrubaram tudo. |
A Comunidade da Freguesia do Ó, bairro antigo da capital paulista, através de suas lideranças, exige a recolocação da grande pedra com a inscrição; 'LOCAL DO PRIMEIRO "ALTO" DA EXPEDIÇÃO PARTIDA DE S.PAULO EM 10 DE ABRIL DE 1865 RUMO AO PARAGUAI. HOMENAGEM DO INST. HIST. GEOG. DE S.PAULO EM COLABORAÇÃO COM A FED. DAS INDS. DO E.S.PAULO. 1965" Desaparecido na reforma feita pela Prefeitura de São Paulo em 2013, esse monumento que estava assentado na Praça da Matriz de Nossa Senhora do Ó desde janeiro de 1965, em substituição ao antigo Marco erigido no Largo da Matriz Velha em 1934, para marcar o pernoite no primeiro "Alto" dos "Voluntários da Pátria", ocorrido no dia 10 de abril de 1865, na passagem da expedição para a guerra no Paraguai.  1934 - Inauguração do Marco Histórico.  Anos 50 - Esquerda ao fundo, o Marco. Ao centro o Chalé.  Lideranças buscam a Restauração do Monumento. - Publicado pela "A Hora" em 12/07/1957. A legenda dizia: "Essa pedra encontra-se hoje completamente abandonada, tendo alguem arrancado a placa alusiva, num gesto criminoso. (Fotografia cedida pelo sr. Joaquim Fernandes)"  Dez/1958 - Marco em ruinas. |
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Reportagem da TV Tupi em 16 de Janeiro de 1965 (sem áudio). O locutor narrava " Na Praça Matriz da Freguesia do Ó, foi hoje inaugurado e entregue ao governo da cidade o monumento erigido em homenagem aos paulistas que participaram da Guerra do Paraguai. O monólito marca o local do primeiro "Alto" das forças vanguardeiras que seguiram de São Paulo para os campos paraguaios. Discursaram, na oportunidade, o presidente da FIESP, Sr Raphael Noschese; o secretário da Educação e Cultura da municipalidade, Dr Carlos Rizzini; e o representante do Instituto Histórico e Geográfico, coronel Árrison de Souza Ferraz. [ A Guerra do Paraguai ]
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