por
Benedito Camargo


Conselho de Leigos

(14/07/2015)

Caro Camargo,
Boa tarde.
Como vão vocês ? espero que esteja indo tudo bem.
Por aqui, as coisas vão se ajeitando....
Camargo, meu irmão, o que estou repassando abaixo para você, talvez você já tenha conhecimento.
Na verdade, deveria estar jogando isto no lixo. Não sei como tem gente que frequenta a Igreja (ou diz frequentar) capaz de escrever isto.
Deixei o endereçamento propositadamente, para que você saiba de onde veio.
Pior : recebi hoje, dia de São Camilo de Lellis, exemplo de cristianismo e amor ao próximo.
Fiquem com Deus, estou com saudades de vocês.
Um abraço,
[Nome não exposto de um membro da Comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Ó]

Ao receber um eMail (vide à esquerda) de um Irmão da Comunidade, senti a necessidade de responder logo, para abrandar o coração desse amigo, que buscava uma resposta para algo não comum, na relação entre um Pastor e seu Rebanho. Respondi:

Caro irmão,
É muito difícil e delicado tentar compreender, aceitar e explicar tais acontecimentos dentro de nossa Igreja, Santa e Pecadora.
O que podemos dizer é que o Espírito Santo de Deus, trará luzes para os envolvidos em tal episódio.
No Direito Canônico existem regras que levarão a um entendimento entre as partes. Pena que mais uma vez teremos que aguardar o desfecho final sem ter o que fazer.
Meu irmão, foram tantas as controvérsias, desacatos e contestações entre os Batizados, e este episódio não será o ultimo. Creia, o resultado será positivo, já que na afirmação do mestre Jesus; "As portas do inferno não prevalecerão contra sua Igreja".
Bençãos e Alegrias para todos,
Camargo

O assunto é de domínio público, sobre o episódio da formação de um Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo.

Recebi essa resposta no outro dia:

Meu querido irmão Camargo,
Boa tarde.
Obrigado, mas muito obrigado mesmo pela sua resposta.
Para nós, é difícil entender atitudes como essa.
Mas você encheu nosso coração de esperança. É a Esperança que nos leva adiante, que nos faz caminhar.
Fiquem com Deus.
[Omitido o nome propositalmente.]

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


Revelando São Paulo

(17-09-2014)

Nossa homenagem e gratidão aos queridos componentes da Equipe do Divino da Paróquia Nossa Senhora do Ó pela dedicação em manter nossa Festa tão querida nos seus 193 anos de existência.

Hoje tivemos um dia abençoado. Fomos ao "Revelando São Paulo", no Parque Vila Guilherme na capital. Espaço com tanta coisa que não conseguimos abarcar, tamanha quantidade e diversidade de mistura; comidas, doces, bebidas, artesanatos, músicas, danças, costumes, raízes, tradições.
Toda essa riqueza é patrimônio cultural de nosso Estado de São Paulo. Pena que conheçamos tão pouco daquilo que foi construído por homens e mulheres que chegaram antes de nós.
Lá pudemos ver um pouco de algumas localidades onde tais culturas foram introduzidas e preservadas. Pude ver os estandes do meu rico interior, Assis, Candido Mota e Tarumã, que existem em meu imaginário desde minha infância. Nossa querida Freguesia do Ó, com os dois espaços; alimentação e o "Império do Divino", orgulho e benção de nosso Povo.
Encontramos o "Rei Congo" Sérgio Braz Juliano Filho, que em nossa ultima 'Festa do Divino' visitou-nos com a "Família Real Conga" da "Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos" do Paiçandú.
Um dia de troca preciosa com tantas pessoas, com especial destaque para a Juventude com suas comitivas escolares, buscando conhecimento. Pudemos conversar com muitos deles e sentimos a ânsia da troca, da participação e da cidadania. Parabéns Mestres que inserem seus alunos no mundo Real, não Virtual, onde o contato é tão rico. Parabéns a todos os participantes do Evento que dividem suas culturas com todos nós, possibilitando-nos melhorar enquanto gente.

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


Florinea - Infância

(16/09/2014)

Como é bom viver lembranças.
Quando algum evento nos toca lá no fundo, no lugar que só nós penetramos, explodem sentimentos que liberam grandes emoções.
Encontros através das redes sociais é uma dessas ocasiões que não conseguimos conter algo que nasce tão naturalmente, aquilo adormecido que acorda com vigor.

Manhã abençoada de 16 de setembro de 2014.
Mais de sessenta anos, após a saída de Florínea, SP, sinto a grande alegria do contato com um passado tão vivo da minha infância.
Obrigado Maria. Mais que sermos amigos na rede social, para mim é reatar o carinho com vizinhos tão queridos da labuta diária no início dessa cidade.
Familia Barreiros, nossos queridos vizinhos, Benedita, Sebastião, Dulce, Celso.
Elevo a Deus uma prece de gratidão e louvor, por nos envolver em coisas tão pequenas e grandiosas - a do nosso imaginário.
Bençãos e Flores!

Algum tempo depois ao ver um vídeo pela internet sobre Celso Barreiros, escrevemos:
Júbilo, Alegria, Realização. Sentimentos que brotam a partir destas imagens.
Celso e Dulce, nossos vizinhos queridos. Quando ainda criança, um "bugresinho", num pequeno lugarejo do sertão, pudemos conviver com pessoas tão carinhosas. Quando pela doença de nosso pai, sofríamos muita pobreza, nossa mãe, uma guerreira, buscava o melhor, e com a ajuda de nosso avô, tivemos que deixar nosso pedacinho de chão em Florínea. Foi nesse cenário de carência que recebemos de nossos vizinhos muita atenção e ternura. Deus seja Louvado pela Família Barreiros estar em nosso caminho!
BENÇÃOS!

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


João Machado de Siqueira

(10/03/2014)

Valorizou este bairro da Freguesia do Ó, com trabalho sério e exemplo de vida digna e honesta.

Quando perdemos alguém de nossa relação, seja familiar, companheiro de trabalho, vizinho ou amigo de todas as horas, sentimos um grande vazio inexplicável que nos abate e tira o nosso chão. Hoje um bairro todo chora perda tão significativa de um grande homem, figura carismática e de grande Fé.
João Machado de Siqueira, nosso querido "Jango", deixará sua marca, pois sua vida é exemplo para muitas gerações, seja pelo trabalho em prol da Freguesia do Ó, seja pelo envolvimento Comunitário e vivencia Cristã, que nos toca pela simplicidade que sempre demonstrou, como na "Festa do Divino", tão cara para nosso Povo. Nossa homenagem àquele que muito valorizou este bairro, com trabalho sério e exemplo de vida digna e honesta. Nosso abraço fraterno de pesar aos familiares e a todos os colaboradores da Pizzaria Bruno, uma de suas realizações.

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


Maria, criatura humana...

(11/02/2014)

Nascida de Ana e Joaquim, um casal fiel, em meio do seu povo, o resto de Israel. Ainda menina, com sua resposta, realiza o casamento da terra com o céu.

Tomara, tivéssemos a consciência da grandiosidade do teu Sim.
No teu SIM, permitiste que em teu útero, o lugar mais sagrado de teu corpo, adentrasse a semente do Amor, depositada pelo Pai, o Criador de tudo, o Genitor do Filho amado, possibilitando ao Divino se tornar humano, para que com Ele, por Ele e nEle, pudéssemos ter parte com a Divindade.
Obrigado Maria, pena que muitos dos humanos, não alcancem esse entendimento, de tua humildade e disponibilidade.
Tu és, Maria, mais do que podemos imaginar.
Ora, uma simples mulher, uma criatura humana, carregaste em teu seio o Todo poderoso, algo inimaginável e inconcebível para nossa mente. Tornaste, sim, em tua virgindade imaculada, a mãe de toda a humanidade, quando a ti foi entregue, por teu filho Jesus, já crucificado, todas as criaturas humanas, na pessoa de João, o discípulo amado.

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


Uma luz de esperança

(06/04/2001)

É preciso repensar nossos hábitos, principalmente em relação aos bens que a natureza nos propicia.

Em uma grande metrópole, o observador olhando para o firmamento, seria capaz de afirmar que as estrelas desapareceram, já em um outro ponto distante da cidade, ele afirmaria ser impossível contar os pontos luminosos visíveis, sem levar em conta aquelas, que se apresentam pulsando, quase imperceptíveis a sua vista. Da mesma forma, hoje, percebemos como luzes a piscar, no imenso universo de pessoas, comunidades, e povos, uma grande preocupação com o futuro de nosso planeta, cada pontinho a piscar, lança uma fagulha de esperança. Em março de 1999 a UNESCO promoveu o lançamento do grande manifesto 2000 - pela paz, não-violência, partilha, tolerância, solidariedade e preservação do planeta - documento que teve apoio maciço da comunidade mundial.
Muitas são as formas de contribuir na defesa do meio ambiente, uma mudança de comportamento, teve início na área da reciclagem de materiais e resíduos, que normalmente seriam jogados na natureza. .
Fundamental, para a vida na terra, a água, é escassa em muitas partes do planeta, seu manuseio se dá de forma errada, inconseqüente, muitos a desperdiçam, outros a contaminam, ocasionando com isso grande prejuízo à humanidade. No grande painel da esperança vemos uma luz mais forte a brilhar. No Brasil foi descoberta a existência de vasta camada porosa - o aqüífero Guarani, - com 1.3 milhões de km2 e profundidade de 50 a 500 metros - onde água puríssima está depositada e jamais secará, devido à reposição constante, ocasionada pelas chuvas. Mesmo com dado tão promissor, o desperdício de água no Brasil é muito grande, e exige uma conduta ainda mais consciente, já que o país detém 20 % de toda água do planeta. Cada cidadão, entidade ou nação, trabalhando arduamente, alimentará e reativará o filete luminoso da esperança, que salvará esta obra maravilhosa do Criador, que um dia entregou ao homem com a recomendação de cultivá-la e preservá-la. .

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


Brincando com as palavras

(15/03/2001)

Nos estudos de Teologia, nossa professora de português, irmã Zélia, pediu que elaborássemos uma pequena descrição narrativa com elementos a serem destacados no texto.
Elementos: agradável, assustadora, cheirosa, colorida, saborosa.

Naquela manhã, o vento gélido penetrava pela varanda, ainda molhada pela brisa úmida da aurora. O sol, com os primeiros raios dourados, já despontava no horizonte. Pássaros já despertos emitiam seus gorjeios maviosos, enquanto "seu" Gumercindo, sentado á beira do fogão de lenha, sorvia uma caneca de café um pouco amargo como era seu costume. Dona Marilda ao pilão, socava um pouco de carne de sol com farinha de mandioca, estava preparando uma gostosa paçoca, que levaria aos peões que naquela manhã estavam marcando o gado.
O sinete já em brasa me causava arrepios, só em pensar que ao ser calcado sobre o dorso do animal causaria enorme dor. E o ar então! - Logo estaria tomado pelo fedor de carne queimada, pobres animais, não tinham a quem reclamar.
Estava eu ainda a pensar, quando o Justino, um negrinho magricela, acabara de dizer que o ônibus que me levaria de volta ao mundo-cão da civilização estava chegando, adeus férias.

Escreví, tá escrito.

por
Benedito Camargo


Júbilo

(30/05/1981)

Crônica elaborada por ocasião da morte do Primaz da Polônia, Stefan Wyszynski, quando João Paulo II se refazia do tiro, disparado por Mehmet Ali Agca no atentado da tarde de 13 de maio de 1981, em plena Praça de São Pedro, no Vaticano.

Sentado no sofá na sala, estava me refazendo do cansaço de um dia agitado, enquanto no vídeo um amontoado de desgraças, outras maldades políticas, que o povo não entende, ...e mais desgraças.
Uma notícia como qualquer outra entra pelos ouvidos, não escutei, simplesmente a ouvi. Instantes depois, como que rememorando uma lição, senti um calafrio: o repórter, como num toque de mágica, retorna ao vídeo e sua voz entrando aos ouvidos me toca o coração: "Faleceu hoje o Cardeal Primaz da Polônia... Após receber a notícia de sua morte, o Papa João Paulo II quis ficar só em seu quarto e neste clima rezou a primeira missa pela alma do antigo mestre".
Minha cabeça rodou bruscamente e me vi naquele quarto e totalmente invisível pude acompanhar suas reações durante aquela missa. Naquele instante seu pensamento voltava para o antigo superior, suas lutas, seus sofrimentos, até o abraço que viera trazer no dia da sua coroação como chefe supremo da igreja muito o comoveu. Lembrava daquele homem de corpo frágil pela idade e sofrimento, mas duma alma de um timbre nunca visto, forte, exuberante, digno e naquele momento o mais amado, seu compatriota, seu mestre, seu amigo.
Aquela missa, no quarto dum hospital, ainda se refazendo da terrível tragédia de que havia sido vítima o antigo operário e hoje Papa, foi o ponto mais emocionante quando ali; com ele, ao seu lado, seu grande amigo e mestre sorria, não sofria mais da enfermidade que o dizimara, mas sua alegria era imensa, estava premiado, pois naquele instante também o Senhor de todas as coisas, ali presente, os abraçava e derramava mais amor sobre seus filhos, os grandes modelos de abnegação e entrega, e mensageiros do amor e da Paz.

Escreví, tá escrito.

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